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De volta ao rio Umbelúzi

Atualizado: 26 de jul. de 2020

O seu romance semanal envolvendo ficção, meio ambiente, Moçambique e muito mais. Acompanhe o pequeno Mingo no seu trajeto de volta ao rio Umbelúzi.

Bem-vindo à ficção "De volta ao Rio Umbelúzi". Toda semana será disponibilizado um pequeno trecho desta obra que pretende ser um pequeno romance, envolvendo aventura, reflexões sobre o meio ambiente, cultura africana e o cerrado brasileiro. A história começa a se passar às margens do rio Umbelúzi, um rio de Moçambique (África) que corta a província de Maputo. Acompanhe o pequeno Mingo nessa jornada cheia de surpresas.


DE VOLTA AO RIO UMBELÚZI

Meu amigo Pamba me disse que essa lua de hoje seria diferente. É uma super lua.

Lá estava ela, toda linda. Na integralidade, cintilante, preclara. Refletida nas águas do rio Umbelúzi, rendilhada pelas inesgotáveis ondinhas da correnteza fluvial, emoldurada por moitas de capim-elefante e logo ali adiante, por algumas folhas flutuantes de plantas aquáticas. Ele estava ali e por alguns instantes a observava atentamente. Ela se movendo bem devagar; ele vagarosamente parecia ficar imóvel. O silêncio dava voz ao borbulhar das águas e ao som do impacto das correntezas que perambulavam pelos obstáculos do rio. Anfíbios faziam sua algazarra e pássaros noturnos, vez ou outra, acrescentavam seu timbre ao fundo sonoro daquele ambiente. De repente um grito: Mingooo! No mesmo instante uma das moitas de capim-elefante se baderna e águas ao redor se confundem. O reflexo dela na água se espalhava em inúmeros pontos. Era Lino, irmão do pequeno jovem.


-Que fazes aí parado? Venha me ajudar com os peixes.


-Como é Lino, não sabes que hoje temos uma super-lua?


-Xêêêê o que queres mesmo é ver uma super-mãe brava! Venha logo, apanhei bons carapaus e você, o que fizeste? Sabes que quem não apanha nada tem que carregar todas as cenas sozinho de volta.


-Mas Lino, não podemos ficar nem um minuto a mais a observar? É um grande evento!


-É só mais uma Lua, e ela nem está tão grande. Tás encantado com o quê? Nunca viste uma lua cheia?


-Meu amigo Pamba me disse que essa lua de hoje seria diferente. É uma super lua.


-Aaaam, certo. Fiques a olhar para a Lua enquanto eu conto até dez. Não tire os olhos dela, é a sua chance. Um, dois, três, quatro...


Mingo franziu a testa e fitou Lino naqueles primeiros segundos, a reprovar a ideia. Contudo, como que querendo se despedir, olhou para a bela Lua, grande, intensa.


- (...) oito, nove, dez! Splashhhh!!! –Hahahahaahahah – gargalhava Lino após ter derrubado seu pequeno irmão na água – Peguei você! Agora, além de levar tudo sozinho, irás molhado!


-Lino, vais ver só!!!! Enquanto o pequeno tentava se levantar com muita pressa da água para deter sua ira em Lino, sentiu algo a puxar sua perna.


-Lino!!! Lino!!!


Lino, que se preparava para correr do irmão, dava continuidade às suas risadas.


-Lino, tem alguém a puxar minha perna!


-Não existem crocodilos nesta parte do rio! – Pensou o irmão numa fração de segundos – Mingo, pára de me enganar, sei que estás a querer que eu vá até aí para poderes me pegar! – continuava a rir.


Trecho da semana 03/07/2020


O senhor parecia ser muito idoso, e por outro lado, ainda aparentava muito vigor. Por um instante Lino pensou ter visto tochas de fogo refletidas nos olhos daquele senhor.

-Lino!!! Lino!!! - repetia o jovenzinho - Tem algo a me puxar para baixo!


De repente Mingo some para dentro da água. Os olhos de Lino se arregalam, suas mãos ficam trêmulas. As gargalhadas jocosas instantaneamente se convertem em uma expressão facial de intensa exasperação. Lino se atira à procurar por Mingo.


-Mingo!!! Mingo!!! - gritava Lino em tom de aflição.


Enquanto perambulava a sacolejar a água rio adentro e, repetidamente, fazia mergulhos com toda a avidez que lhe era permitida, Lino sente uma mão a lhe puxar pela perna direita, como que vindo do fundo do rio. Se voltando para aquela mão e a puxando firmemente, Lino a traz à superfície. O local era um pouco raso para o irmão mais velho, mas o irmão mais novo poderia estar a se afogar ali. Lino se maravilha ao perceber que não era Mingo. Era uma moça muito bonita! Mas não parecia ser de Moçambique.


-Meu Deus, eu pensei que era o Mingo! Cadê o Mingo!? Cadê o Mingo!?


Lino não conseguia entender o que estava acontecendo e, então, prosseguiu na sua busca atônita pelo irmãozinho. A moça se dirigiu à margem do rio muito assustada, como quem não estava entendendo nada do que acontecia. Perplexa, olhava ao redor, como que procurando reconhecer o lugar onde estava. Enquanto isso, Lino se aventurava pelo rio à procura do irmão. De repente, ele voltou para a margem e prosseguiu por ela rio abaixo para ver se encontrava algum sinal do irmão.


-Ei!!! você sabe me dizer onde eu estou!? Eu estou com muito medo, não sei como vim para aqui. Ei, rapaz! Onde você vai??? Por favor! - tentava em vão a moça, chamar a atenção de Lino. Pasmada e confusa, a moça saiu correndo dali em direção à vila de Boane. Embora fosse noite, a lua cheia mantinha os caminhos bem claros.


Enquanto Lino prosseguia rio abaixo, avistou um senhor a surgir de entre umas moitas de capim elefante dentro de um pequeno barco e com um milhafre no seu ombro direito. O senhor parecia ser muito idoso, e por outro lado, ainda aparentava muito vigor. Por um instante Lino pensou ter visto tochas de fogo refletidas nos olhos daquele senhor.


-Jovem, está a procurar em vão - disse aquele senhor fitando firmemente para Lino, enquanto este já começava a derramar suas lágrimas.


-O senhor viu ele? o senhor o viu???


-Eu, tudo vejo, jovem. Preste atenção nas minhas palavras e logo poderás ter teu irmão de volta.


Trecho da semana 09/07/2020


Isso é ciência. Mas os homens não estão interessados em ciência. Isso é divino. Mas os homens se colocaram no lugar de Deus. Quem poderá salvar o rio? Quem poderá salvar o homem?

- Então é verdade que o senhor o viu??? Me diga onde ele tá! - disse Lino cheio de esperança, avançando para perto do barco.


-Queres um pouco de licor de malambe? - disse o senhor enquanto colocava aquela bebida da sua botelha num copo miúdo, e se ajeitava para um gole.


-Meu senhor, com todo o respeito! Meu irmão acaba de desaparecer na água e tás a me oferecer licor?


-Tás a brincar meu senhor! É perda de tempo conversar com o senhor, percebe-se que tás bêbado!!!

disse Lino ansioso e frustrado, enquanto já virava as costas para continuar sua busca.

Limpava suas lágrimas e já dava seus primeiros passos para longe dali quando aquele senhor o interpelou:


-Se estou a lhe oferecer bom licor é porque sei que não deves se preocupar com o teu irmão. Ele está bem. Só não está aqui. Agora, vem só, tome um pouco.


-Senhor, se ele não está aqui. onde ele está? Me diga! Eu vi com meus próprios olhos a água a lhe puxar.


-Toma, pode beber tudo - disse o senhor enquanto apontava para Lino seu copo miúdo cheio de licor.


-Senhor! Não quero! Já lhe disse, só quero saber onde está o meu irmão!


-O seu irmão está em terras distantes. Está muito, muito longe. Esse trecho do rio é especial, ele pode sugar e devolver quem lhe aprouver, ainda mais sob um bom luar.


-Senhor tás a dizer bobagens. Quantas doses já tomaste? Tás mesmo bêbado! - disse Lino, que não abria mão de sua desconfiança.


Naquele momento o milhafre no ombro direito do senhor começou a se agitar e a grasnar. Aquilo chamou a atenção de Lino. De repente é como se a voz daquele senhor estivesse falando direta e vividamente em sua mente:


-Seu irmão foi trocado pela moça. Ele está bem, mas está muito longe daqui. Se quiser ter ele de volta, terás que aguardar 250 dias. Tudo o que você deve fazer é trazer aquela moça até o mesmo ponto onde tudo aconteceu quando o prazo indicado se completar e quando noite já for. Também deverás cuidar para que o rio se mantenha saudável. Se o rio não se mantiver saudável, não haverá condições de trazer seu irmão de volta. Isso é ciência. Mas os homens não estão interessados em ciência. Isso é divino. Mas os homens se colocaram no lugar de Deus. Quem poderá salvar o rio? Quem poderá salvar o homem?


De repente, como que despertando de um sonho, Lino se vê de frente para aquele senhor que insistia:


Vais me deixar com o braço estendido, a esperar que venhas apanhar o licor que lhe ofereço?


Ditas estas palavras, o milhafre voou do ombro direito do senhor, passando por cima de Lino para o outro lado. Lino o acompanhou com os olhos, mas quando se voltou novamente para o barco, aquele senhor misterioso lá já não estava, nem o seu barco.


Lino estava muito desarranjado. Já não sabia se o diálogo que tivera era real. Já não sabia se o sumiço do irmão era real. Decidiu correr até a vila de Boane e verificar se por acaso o irmão estava por lá. Quem sabe seu irmão tenha se levantado em alguma outra parte do rio e o aguardava. Quem sabe alguém soubesse dizer alguma coisa. Quem sabe houvesse um sinal. Quem sabe, até lá, Lino percebesse que fosse tudo um sonho ou alguma alucinação causada pelo longo tempo que passara à beira do rio. Seria o rio Umbelúzi um feiticeiro vestido de águas?


No caminho, perto dos trilhos do comboio, Lino avista um jovenzinho a carregar tralhas de pesca.


-Mingo!!! Mingo!!! Finalmente!!! Tás vivo!!! Tás vivo!!!


Trecho da semana 18/07/2020

É mesmo muito difícil que alguém suma nessa parte do rio e seja encontrado. Se ele não sabia nadar, não te aconselharia a gastar mais o seu tempo.

O jovenzinho virou o rosto desconfiado.


-Não, não, desculpas. É que o meu irmão desapareceu. Pensei que fosse ele.


-Aye? O Mingo sumiu? Ainda hoje eu vi ele a jobar na Vila de Boane.


Lino, então, reconhece o miúdo que o interrogava.


-Ah, sim! És aquele amigo do meu irmão que vive a lhe pedir emprestado as coisas. Vocês se parecem um bocado.


-Só agora percebeste que sou eu?


-Estou muito preocupado, não sei o que fazer! É o meu único irmão! Vou chamar os polícias.


-O Mingo sumiu como? Não estava acompanhado de ti?


-Ei, qual o teu nome mesmo?


-Carlos.


-Por favor, Carlos, se ver minha mãe pelo caminho, por favor não diga nada a ela. Talvez eu consiga encontrar o Mingo na vila.


Ditas estas palavras, Lino saiu com toda a pressa para a vila. Ainda tentava palatabilizar o que estava acontecendo. Encontrou alguns policiais e contou a eles o ocorrido. Estes, não demonstraram muita vontade de procurar alguém pelo rio naquele horário. Contudo, a promessa de bons carapaus frescos deixaram-nos um pouco animados. Após uma pequena busca, não muito bem executada, um dos policiais declara:


-É mesmo muito difícil que alguém suma nessa parte do rio e seja encontrado. Se ele não sabia nadar, não te aconselharia a gastar mais o seu tempo.


Lino voltou sua cabeça para o chão e não disse mais nenhuma palavra. Seus pensamentos, tão profundos quanto a sua tristeza são interceptados por uma voz, que de longínqua em seu consciente parecia cada vez mais se aproximar e a ficar nítida. Era alguém dizendo:


-Cabo Chiponde, encontramos uma moça perdida na Vila. Ela não sabe de onde ela é, não sabe dizer o nome, nem o que está a fazer por essas bandas. Parece que perdeu a memória. Pelo sotaque, nota-se que é estrangeira.


-Vou ver o que ocorre soldado Sitoe. Com certeza deve ser mais uma estrangeira com visto de turista expirado querendo bancar a engraçadinha.


-Hahahahaha! Mais um caso de estadia ilegal no país.


Lino se lembra então do que foi dito por aquele senhor misterioso. Um dos soldados percebe a aflição de Lino.


-Força rapaz, força. Tudo vai ficar bem.


Era meia noite e alguns minutos em Moçambique...


Silêncio, muito silêncio. Aliás, silêncio antrópico. Entretanto, algazarra de seres noturnos. Naquele recorte encantador da paisagem, aos quais alguns, com desdém, chamariam de brejo, debaixo de inúmeras palmeiras de largas folhas, conhecidas como buritis, o festival de sonidos dos anfíbios e dos grilos é interrompido por um chacoalhar repentino das águas:


-Lino! Lino!!!Vem depressa! Tem alguém a me puxar, Lino!!!


O jovenzinho ergue a sua cabeça por cima da água e estranha tudo o que via. Era um lugar afastado da cidade, no meio do mato. A vereda parecia fazer silêncio para observar o pequeno rapaz. De repente, ele sente uma tontura inexplicável. Fecha os olhos e dá uma leve esfregada neles. Abrindo-os, então, já não se lembrava mais de nada. Em pânico, o miúdo corre sem saber para onde. Avista, não muito longe dali, uma casa com umas luzes acesas. Ele prossegue até ela. Os cães começam a latir, ao longe. Dona Francisca, percebe o alvoroço dos cães e ascende a luz do pátio daquele pequeno sítio rural.


-Será que é aquele lobo-guará de novo?


-Francisca eu vou pegar a espingarda, hoje esse bicho não me escapa.


-Vai matar o coitado do bicho Gaspar? O animal está em extinção.


-Francisca, essa peste já comeu seis das nossas galinhas! Vê só o prejuízo Francisca!


-Gaspar se for para usar a espingarda use ela somente para espantar o lobo. E cuidado para não acertar os cachorros!


Gaspar sai para o pátio e começa a mirar sua lanterna, com um certo temor, em todas as direções. De repente ouve um ruído de folhas secas a serem pisadas. Ele apruma o corpo e aponta a espingarda.


-Ajuda! Ajuda!


-Francisca é um menino! Um rapazinho! Está a pedir ajuda Francisca!


Trecho da semana 25/07/2019


-Delegado Cumbane, percebe-se que esse rapaz sequestrou a moça e a levou para matá-la no rio e depois se arrependeu do que ia fazer.

O que aconteceu menino? O que aconteceu?! - gritava Gaspar enquanto corria com pressa para abrir a porteira, depois de perceber que ninguém acompanhava o menino e que o garotinho estava desarmado, descalço e molhado.


-Eu não sei senhor, eu não sei! Acordei no meio de um lugar cheio de água. Não sei como vim parar aqui!


-Como não sabe? Qual o seu nome? De onde você é?


-Eu não sei, eu não me lembro senhor. Eu tento me lembrar, mas não consigo!


-Oh, meu Deus! O que aconteceu com esse rapazinho! Deve ter sido sequestrado Gaspar! - dizia Francisca enquanto olhava com compaixão para Mingo, todo assustado e a ponto de cair em choro.


-Pelo sotaque essa garoto não é daqui Francisca.


-Gaspar traga ele para dentro! Vou pegar uma toalha para ele.


-Rapaz, como é que não se lembra de nada?! - dizia Gaspar enquanto reparava na negritude de Mingo, incomum para alguém que habitava nas intermediações daquele município pacato.


Enquanto isso, em Boane, Lino decide acompanhar os solados que se dirigiam à vila para ver quem era a moça. Ele tinha certeza que era a mesma moça que encontrara no rio. Contudo, manteve discrição e não contou aos soldados sobre o ocorrido. Ao se aproximarem do distrito policial, Lino pede aos policiais para entrar ali e dar queixa do sumiço do irmão, enquanto aproveitava a oportunidade para conversar com a moça misteriosa. Ao chegar no distrito, Lino percebe a beleza da moça. Ela tinha a pele morena, de tonalidade mais clara, mas uma pele muito aprazível aos olhos e graciosa, ainda que despida de maquiagem. O cabelo era liso e longo; bem liso e negro. Negro e brilhante como ônix polido. A moça era muito formosa. O seu rosto suave e suas curvas impecáveis, fizeram os polícias se esquecerem da urgência de interrogarem sobre sua proveniência. Apesar das policiais terem tentado com certa violência na expressão, apressarem seu interrogatório. Só agora Lino a via de verdade. Ele se encantava. Se lembrou de uma novela brasileira que fora transmitida em Moçambique, recentemente, e viu que a moça era como uma índia do Brasil.


-Foi ele! Foi ele mesmo! - disse a moça apontando para Lino, assim que o percebeu.


-O que ele fez com você senhorita? - interrogou o delegado Cumbane.


-Prendam esse rapaz antes que ele fuja! - determinou cabo Chiponde.


-O que! O que eu fiz de errado! Eu apenas ajudei ela...


-Cale-se rapaz!


-Não façam isso, foi ele que me puxou da água enquanto eu me afogava!


-Ele tentou te afogar e depois te puxou?


-Não, não! Ele me puxou da água e me salvou. Depois ele saiu e não falou mais comigo. Mas ele não fez nada de errado.


-Tem certeza? E como foi que você foi parar na água?


-Eu não me lembro. Tudo o que eu me lembro é que eu dirigia um carro.


-Delegado Cumbane, percebe-se que esse rapaz sequestrou a moça e a levou para matá-la no rio e depois se arrependeu do que ia fazer - apresentava com tom de afirmação, cabo Chiponde, sua acusação contra Lino.


-O queeee! Eu não fiz isso! O que tás a dizer, meu senhor! - implorava Lino.


-Isso está muito estranho! A moça não se lembra de nada. Só esse rapaz estava no rio. Depois ele nos procura para dizer que o irmão desapareceu. O que eu consigo concluir é que esse gatuno tentou sequestrar a moça, aplicando-lhe alguma droga que a fez perder a memória. Ele provavelmente fez isso para ficar com o carro da moça, levando-a depois para o rio. Como não teve coragem de dar cabo à vida da moça, inventou essa estória de que o irmão dele se perdeu, só para nos desviar a atenção do que em breve ficaríamos sabendo.


-Não, que estória é essa que estás a inventar senhor? - replicou Lino.


-Tás a dizer que estou a inventar coisas? Tás desacatar uma autoridade?


-Jessiara, de alguma forma percebeu que Lino era inocente. No intuito de livrar o rapaz, se expressou:


-Não! Não digam isso do rapaz! Foram uns bandidos que me levaram até lá, eles estavam armados e me levaram até o rio para me arremessar. Me jogaram no rio e eu comecei a afogar. Esse rapaz viu tudo de longe e foi até lá me ajudar. Eu só disse a vocês que não me lembrava de nada porque tenho muito medo que eles descubram a minha denúncia e voltem para me matar.


-Hummm... vejo que agora sua memória voltou ao normal. Como é o seu nome moça? - disse o delegado olhando para Jessiara em tom de desconfiança.


-Meu nome?


-Sim, seu nome.


-Humm... Hamm... meu... meu nome? meu nome... hummm... Vanessa.


-Ahaaaa! Então, porque nesse bilhete que foi encontrado na beira do rio está escrito Jessiara? - disse o delegado chamando ela para um interrogatório em particular.


Continua...


Devaci Ribeiro Silva Alves Rodrigues



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